Sobre o Projeto

Iniciativa sem fins lucrativos, o Projeto Vila Verde nasceu da urgente necessidade de melhoria na arborização da cidade de Franca/SP, especialmente de uma área da região oeste deste município (Figura 1), compreendendo os bairros Vila Raycos, Jardim Independência, Jardim Califórnia e Vila Santos Dumont (parte nova).

Figura 1 – Área de abrangência do projeto.

Esta área em questão já vem sendo estudada desde o ano de 2006 pelos idealizadores do projeto, quando foram levantados dados relevantes sobre a situação da arborização urbana local. Os dados foram tabulados, analisados e confrontados, originando um artigo que foi posteriormente publicado pela Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (REVSBAU). Você pode conferir este estudo consultando o link: 


Os resultados apontaram uma arborização bastante irregular e abaixo dos padrões recomendados. E um dos dados analisados que merece destaque é a quantidade de espécies arbóreas plantadas. Segundo o estudo, em 2006 havia 479 árvores nesta área.  Na contagem de 2014, este número caiu para 415. Isso significa que tínhamos, em 2014, menos de 1,5 árvore a cada 100 metros de calçada. Este resultado sinaliza uma grave deficiência na arborização, uma vez que é recomendada pelo menos uma árvore a cada 10 metros lineares de calçada para uma arborização adequada (MILANO; DALCIN, 2000). 
        Tendo em vista a grande defasagem na arborização desta área de estudo, o projeto, em parceria com a Prefeitura Municipal de Franca, tem como objetivo central aumentar o número de árvores nas calçadas dos bairros mencionados, visando a melhoraria da qualidade de vida dessa região e tornando-a uma das mais arborizadas da cidade. 


Como funciona o projeto?

O projeto providenciará o plantio de árvores nas calçadas dos moradores que aderirem à esta iniciativa. Para isso, os idealizadores estão percorrendo as ruas da área demarcada, conversando com os residentes e distribuindo panfletos informativos. Os interessados deverão escolher uma espécie arbórea de sua preferência dentre as opções disponibilizadas pelo projeto, com o auxílio de um catálogo contendo imagens das árvores:


  • NOME POPULAR: quaresmeira
  • NOME CIENTÍFICO: Tibouchina granulosa
  • ORIGEM: Brasil - Mata Atlântica
  • ALTURA: de 6 a 10 metros
  • DIÂMETRO DO TRONCO: 30 a 40 cm
  • CARACTERÍSTICAS: produz flores roxas ou rosas, duas vezes ao ano, entre junho-agosto e dezembro-março.





  • NOME POPULAR: pitangueira, pitanga
  • NOME CIENTÍFICO: Eugenia uniflora
  • ORIGEM: Brasil - Mata Atlântica
  • ALTURA: de 6 a 10 metros
  • DIÂMETRO DO TRONCO: 30 a 50 cm
  • CARACTERÍSTICAS: produz flores brancas entre agosto-novembro. Os frutos amadurecem em outubro-janeiro. Pode produzir mais de uma vez durante este período.




  • NOME POPULAR: ipê-amarelo
  • NOME CIENTÍFICO: Handroanthus chysotrichus
  • ORIGEM: Brasil - Mata Atlântica
  • ALTURA: de 4 a 10 metros
  • DIÂMETRO DO TRONCO: 30 a 40 cm
  • CARACTERÍSTICAS: produz flores amarelas em agosto.





  • NOME POPULAR: ipê-branco
  • NOME CIENTÍFICO: Tabebuia roseo-alba
  • ORIGEM: Brasil - Mata Atlântica
  • ALTURA: de 7 a 15 metros
  • DIÂMETRO DO TRONCO: 40 a 50 cm
  • CARACTERÍSTICAS: produz flores brancas durante os meses de agosto-outubro.





  • NOME POPULAR: resedá-gigante
  • NOME CIENTÍFICO: Lagerstroemia speciosa
  • ORIGEM: Índia
  • ALTURA: de 7 a 10 metros
  • CARACTERÍSTICAS: produz flores rosas ou róseo-arroxeadas entre outubro-dezembro.




  • NOME POPULAR: magnólia-amarela
  • NOME CIENTÍFICO: Magnolia champaca
  • ORIGEM: Índia e Himalaia
  • ALTURA: de 7 a 10 metros
  • CARACTERÍSTICAS: produz flores perfumadas.




  • NOME POPULAR: canelinha
  • NOME CIENTÍFICO: Nectandra megapotamica
  • ORIGEM: Brasil - SP a RS, em várias formações florestais
  • ALTURA: de 8 a 20 metros
  • DIÂMETRO DO TRONCO: 40 a 60 cm
  • CARACTERÍSTICAS: possui copa em forma arredondada.





         Vale lembrar que estas árvores foram criteriosamente selecionadas a partir de estudos prévios, sendo totalmente viáveis para o plantio em calçadas, pois se enquadram nos critérios para escolha de espécies indicadas para arborização urbana (veja a lista com os critérios para escolha de árvores no final do texto). As alturas indicadas em cada imagem referem-se ao que é observado em ambiente natural. Em solo urbano, devido ao seu alto grau de compactação e espaço limitado para desenvolvimento de raízes, as árvores atingem alturas menores.
Após a escolha da árvore, o morador deverá fornecer um número de telefone para contato e o endereço. O plantio será realizado pela Prefeitura Municipal de Franca, através da Secretaria de Obras e Meio Ambiente, que entrará em contato com o morador por meio do número de telefone fornecido, a fim de agendar o plantio no endereço especificado. Também cortará a calçada (se necessário), fará a cova e dará a muda da árvore, não havendo nenhuma despesa para o morador. Este, por sua vez, se comprometerá apenas com os cuidados necessários com a sua nova árvore, tais como regas em períodos de seca, proteção da muda, etc.
A prioridade inicial do projeto será dada às calçadas do lado oposto à fiação de energia elétrica, para evitar futuros conflitos e podas mal realizadas.
Contamos com o apoio dos moradores!


Benefícios de uma arborização urbana de boa qualidade

As áreas verdes das cidades atuam como redutoras de grande parte dos impactos ambientais vivenciados todos os dias nos grandes centros. Dentre os inúmeros benefícios que a presença da vegetação no meio urbano traz, destacam-se:

- a diminuição da poluição sonora, visual e atmosférica, com a purificação do ar, absorção de dióxido de carbono e retenção de partículas sólidas em suspensão;

- proteção contra ventos e chuva;

- absorção de parte dos raios solares, proporcionando sombreamento;

- aumento das áreas de infiltração;

- proteção do solo contra erosões;

- manutenção do equilíbrio microclimático por meio da diminuição da amplitude térmica e aumento da umidade relativa do ar em consequência da evapotranspiração;

- valorização estética e paisagística do local;

- atração da fauna da região.

Todos esses fatores somados proporcionam o bem estar da população, influindo na melhoria de sua saúde física e mental (SOARES, 1998; TEIXEIRA, 1999; MILANO; DALCIN, 2000; CEMIG, 2001; SANTOS, 2001; ROCHA; LELES; OLIVEIRA NETO, 2004; SILVA; SILVEIRA, 2008).


Quando as árvores se tornam um “problema”

A utilização de espécies inadequadas em locais não apropriados causa muitos transtornos e prejuízos (LORENZI, 2002). Calhas e bueiros entupidos, calçadas danificadas, conflito com a fiação e equipamentos da infraestrutura urbana, quedas de galhos e gastos excessivos com podas poderiam ser evitados se fosse observada de modo mais objetivo e particular a compatibilidade da arborização no contexto urbano (CEMIG, 2001).
Na tentativa de sanar estes problemas, vemos as podas mal executadas que acabam desfigurando a árvore ou até mesmo levando a espécie à morte; em outros casos são simplesmente cortadas ou arrancadas “pela raiz”. Isto é reflexo direto do emprego de espécies arbóreas inadequadas ao local e que acabam gerando um certo trauma nos moradores que passam por estes transtornos, deixando-os receosos e resistentes à novos plantios.
Para evitar estas eventualidades desagradáveis, há de se observar algumas regras básicas para a escolha de espécies mais indicadas para a utilização em arborização urbana, tais como: porte adequado ao espaço disponível, tronco o mais retilíneo possível, sem espinhos e sem ramificações até no mínimo dois metros; sistema radicular profundo, sem raízes superficiais muito espessas; apresentar rusticidade e resistência a pragas, estando adaptada ao clima do local destinado, justificando o uso das espécies nativas; não apresentar princípios tóxicos ou alérgicos; possuir folhagem persistente e copa densa em climas quentes; em climas frios, espécies caducifólias proporcionam maior aproveitamento do calor solar no inverno; evitar espécies que provocam problema de detritos (folhas decíduas e grandes ou folíolos miúdos que entopem ralos, calhas e bueiros; flores e frutos grandes); e produzir frutos pequenos e silvestres (DEMATTÊ, 1997; CEMIG, 2001; COELBA, 2002).

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Se você é morador desta área e deseja aderir ao projeto, solicite a sua árvore pelos seguintes contatos:

FACEBOOK: Projeto Vila Verde (www.facebook.com/projetovilaverde)
E-MAIL: projetovilaverde@gmail.com
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Referências Bibliográficas

CEMIG. Companhia Energética de Minas Gerais. Manual de Arborização. Belo Horizonte, 2001. 40p.

COELBA. Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia. Guia de Arborização Urbana. Salvador: Venture, 2002. 55p.

DEMATTÊ, M. E. S. P. Princípios de paisagismo. Jaboticabal: Funep, 1997. 104p.

LORENZI, H. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 4. ed. Nova Odessa: Plantarum, 2002. 368p. v. 1.

MILANO, M.S.; DALCIN, E. Arborização de vias públicas. Rio de Janeiro: Light, 2000. 206p.

ROCHA, R. T.; LELES, P. S. S.; OLIVEIRA NETO, S. N. Arborização de vias públicas em Nova Iguaçu: o caso dos bairros Rancho Novo e Centro. Revista Árvore. Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, v. 28, n. 4, p. 599-607, 2004.

SANTOS, A. S. R. Arborização urbana: importância e aspectos jurídicos. Revista Meio Ambiente Industrial, São Paulo, v. 34, n. 33, nov./dez. 2001.

SOARES, M. P. Verdes urbanos e rurais: orientação para arborização de cidades e sítios campesinos. Porto Alegre: Cinco Continentes, 1998. 242p.

SILVA, M. D. M.; SILVEIRA, R. P. Avaliação da arborização de vias públicas de uma área da região oeste da cidade de Franca/SP. Revista SBAU, Piracicaba, v.3, n.1, mar. 2008, p. 19-35.

TEIXEIRA, I. F. Análise qualitativa da arborização de ruas do conjunto habitacional Tancredo Neves, Santa Maria – RS. Ciência Florestal. Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, v. 9, n. 2, p. 9-21, 1999.